As terras de Castro Verde presenteiam ao viajante um olhar esplendoroso pela planície imensa do sul do Alentejo. Nesta reserva da biosfera da UNESCO encontra um rendilhado de cores que preenche o mais pequeno recanto nas paletas de primavera que brindam as gordas pastagens doutros tempos da transumância de gados, ressequidas no verão incendiado dos pastos secos destas terras também de cereal. É aqui o coração do Campo Branco, onde a memória e a tradição oferecem uma especificidade sócio-cultural única, marcada por um diálogo fascinante entre a história e a natureza.
Castro Verde tem o montado como referência paisagística. Mas é na pseudo-estepe destas terras xistosas que se assiste ao desenvolvimento de algumas das mais importantes espécies de avifauna deste sudoeste peninsular.
Mas a história destas terras do Campo Branco carrega um passado milenar que vem desde há mais de cinco mil anos, tendo- nos deixado um legado fascinante e que tem o seu expoente máximo no depósito votivo de lucernas, de Santa Bárbara de Padrões, onde está sediada uma das maiores minas de extracção de cobre da Europa. Esta espécie de ponte que liga o passado e o presente da região também pode ser apreendido no Núcleo Etnográfico do Monte das Oliveiras. Ou no cantar melodioso dos grupos corais do concelho de Castro Verde. Ou no dedilhado raro da quase extinta viola campaniça.
O crescimento urbanístico tem sido amenizado por uma atitude de construir com qualidade, valorizando-se a malha urbana com expressões modernas de arte pública que complementam o conceito de urbanidade que esta terra respira. Modernidade e tradição, numa paisagem onde a mão do homem tem sido fundamental para manter vivas tradições.
Castro Verde é esta terra de vagares, de gestos puros e olhares imensos. No meio da planura alentejana, com a simplicidade de quem oferece a mesa e cultiva a amizade.